Run-DMC - Down With The King

O intervalo de três anos entre os lançamentos de "Back From Hell" e "Down With The King" (Profile, 1993) marcou o lançamento da primeira coletânea do trio; além disso, a queda livre das vendas de "Back (...)" preocupou o Run-DMC, além das aves de rapina da Profile, certamente mais interessadas nos dólares que estavam deixando de embolsar. Em função disso, Run, DMC e Jay-M Jay fizeram aquilo que os espertos chamam de estratégia de marketing e convocaram, para a produção e efetiva participação em "Down (...)", ninguém menos do que Pete Rock, Q-Tip, os grupos EPMD, Naughty By Nature e grande elenco. Musicalmente, os riffs de guitarras, beats e timbres secos dão espaço para uma musicalidade muito mais hardcore, na linha de grupos da época, como o Onix; o visual do trio deixava claro; os tênis Adidas sem cadarços deram lugar a roupas pretas, botinas, cabeças raspadas e apetrechos que os deixariam parecidos com a rapaziada do NWA. "Down (...)" pode ser considerado o começo do fim; as primeiras faixas dedicadas à religião estão presentes por aqui - Run se tornaria um reverendo algum tempo depois do lançamento do LP. Note que o poderio vocal de Run já está bem comprometido. Ao tentar equilibrar sua voz ao grave e à velocidade dos novos beats, ele esgoela de forma desesperada, que funciona em alguns momentos, mas compromete outros. No geral, o disco pode ser considerado um clássico, até em função de sua data de lançamento, e demonstra a capacidade de adaptação de um dos mais importantes grupos de rap da história.

1. Down With The King
2. Come On Everybody
3. Can I Get It, Y'all
4. Hit 'Em Hard
5. To The Maker
6. 3 In The Head
7. Oooh, Whatcha Gonna Do
8. Big Willie
9. Three Little Indians
10. In The House
11. Can I Get a Witness
12. Get Open
13. What's Next
14. Wreck Shop
15. For 10 Years

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Run-DMC - Back From Hell

Por mais polêmico que possa parecer, "Back From Hell" (Profile, 1990) é o Run-DMC favorito do OPS™. Além de atestar a longevidade do trio nova-iorquino, o disco consegue adequar a música do grupo ao rap produzido em 1990. Claro que a opção por um disco sem riffs de guitarra fez o Run-DMC ter sua credibilidade questionada por muita gente do gênero, mas a essa altura, após quatro LPs e milhões de cópias vendidas, Run, DMC e Jam-Master Jay pareciam não estar muito preocupados com opiniões alheias. Musicalmente, a opção por um estilo de rap mais hardcore era uma tentativa de aproximar a sonoridade do grupo à de artistas da costa oeste e do movimento gangsta, que vivia seu auge. Se não chega a ter status de clássico, "Back From Hell" é certamente um ótimo disco de rap, feito por um dos melhores grupos da história do gênero.

1. Sucker DJ's
2. The Ave.
3. What's It All About
4. Bob Your Head
5. Faces
6. Kick The Frama Lama Lama
7. Pause
8. Word Is Born
9. Back From Hell
10. Don't Stop
11. Groove To The Sound
12. P Upon A Tree
13. Naughty
14. Livin' In The City
15. Not Just Another Groove
16. Party Time

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Run-DMC - Run's House

diretamente do clássico "Tougher Than Leather", de 88.

Run-DMC - Tougher Than Leather

O intervalo de dois anos entre os lançamentos de seu antecessor, "Raising Hell", e de "Tougher Than Leather" (Profile, 1988) foi marcado pelo lançamento de "Licensed To Ill", dos Beastie Boys, lançado em 87. Os executivos da Profile certamente não esperavam que o LP do trio de branquelos superasse o clássico "Raising Hell" em vendas - "Licensed (...)" vendeu mais de 5 milhões de cópias, marca mais expressiva do gênero até aquele momento. A expectativa em relação às vendas de "Tougher Than Leather" eram, portanto, altíssimas. O que ninguém esperava, no entanto, é que a própria cena hip-hop, em 88, tivesse uma postura receosa em relação ao lançamento do quarto álbum de estúdio do Run-DMC. A fusão entre o rap e o rock parecia ter perdido o encanto; dezenas de lançamentos seguiam os mais variados caminhos, do pré-gangsta ao jazz-rap, e os olhares da tal nova geração pareciam datar o trio nova-iorquino. Mesmo assim, o álbum vendeu mais de um milhão de cópias e, contrariando todas as tendências mercadológicas ou estatísticas existentes ao final da década de 80, resistiu ao teste do tempo e é considerado um excelente disco de rap. Musicalmente, não há nenhuma inovação em relação à trinca de lançamentos anteriores; riffs de guitarra sobrepostos a beats graves e acelerados, e as rimas sempre autorais, inovadoras à época e cheias de auto-referências.

1. Run's House
2. Mary, Mary
3. They Call Us
4. Beats To The Rhyme
5. Radio Station
6. Papa Crazy
7. Tougher Than Leather
8. I'm Not Going Out Like That
9. How'd Ya Do It Dee
10. Miss Elaine
11. Soul To Rock&Roll
12. Ragtime

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Run-DMC - Raising Hell

"Raising Hell" (Profile, 1986) foi o LP responsável por catapultar o Run-DMC, e de certa forma o próprio hip-hop, do gueto para um público supostamente variado, cheio de branquelos universitários usuários de mullets. A produção aqui ficou a cargo do folclórico Rick Rubin, em histórica parceria com o então produtor do grupo, Russell Simmons. O carro-chefe do disco é a irritante Walk This Way, conhecida por sua prima de segundo grau como "a música em que o Aerosmith aparece com uns negões". Apesar da "escorregada" - que rendeu aos caras apenas 3 milhões de plays vendidos - os clássicos Peter Piper, It's Tricky e My Adidas são hinos fundamentais na discografia do trio, e fazem de "Raising Hell" outro petardo espetacular do Run-DMC. Os riffs ainda estão presentes, mas já não são o maior atrativo; esqueça Walk This Way, é o beat hipnótico de faixas como Peter Piper que iria chamar a atenção de uma geração de (então) fãs e entusiastas que, pouco menos de uma década depois, formaria o movimento hoje conhecido como a era de ouro do gênero.

1. Peter Piper
2. It's Tricky
3. My Adidas
4. Walk This Way
5. Is It Live
6. Perfection
7. Hit And Run
8. Raising Hell
9. You Be Illin'
10. Dumb Girl
11. Son of Byford
12. Proud To Be Black

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Run-DMC - King of Rock

"King of Rock" (Profile, 1985) é o 2o. álbum de estúdio do Run-DMC. Assim como em "Run-DMC", do ano anterior, DMC, Run e Jam-Master Jay seguiram fazendo aquilo que viria a ser a impressão digital do trio nova-iorquino; riffs de guitarra sobrepostos a beats violentos, a la 80. Há algumas inovações aqui, como a pioneira Roots, Rap, Reggae, uma das primeiras faixas a explorar a fusão dos gêneros rap e reggae. King of Rock, é claro, é o maior clássico do LP. Para os fetichistas das colagens perdidas: Rock The House, a primeira faixa, dá origem a um dos (muitos) samples presentes na faixa Sure Shot, do álbum "Ill Communication", dos Beastie Boys ("b-boys... b-girls..."). As rimas de Run e DMC continuam nos cascos, e a relativa versatilidade - estamos em 85, lembre-se - e a produção de Jam-Master Jay são impressionantes. Outro clássico.

1. Rock The House
2. King of Rock
3. You Talk Too Much
4. Jam-Master Jammin'
5. Roots, Rap, Reggae
6. Can You Rock It Like This
7. You're Blind
8. It's Not Funny
9. Darryl and Joe

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Run-DMC - Run-DMC

"Run-DMC" (Profile, 1984), álbum de estréia do trio nova-iorquino Run-DMC, é um marco não só para o rap, mas para toda a cultura hip-hop, para a chamada cultura de rua, para a moda e para a produção musical contemporânea de forma geral. Por essa razão, Joseph "Run" Simmons, Darryl "DMC" McDaniels e o DJ Jam-Master Jay são invariavelmente aclamados como os Beatles do hip-hop; se, por um lado, não foram os pioneiros do gênero, eles certamente se apropriaram dele de forma absolutamente autoral, dando ao rap sua versão embrionária do estilo contemporâneo. A música criada pelo trio ao início da década de 80, uma espécie de fusão entre o hard rock, o rap e o funk, foi um dos estilos mais inventivos surgidos à época, e toda a assim chamada "atitude" apresentada nas letras, nas roupas e nas batidas, de timbres secos e graves fonkee, deram ao Run-DMC status de celebridades em um gênero que, à essa altura, atingia sua adolescência. O resto, como sabemos, é história.

1. Hard Times
2. Rock Box
3. Jam-Master Jay
4. Hollis Crew (Krush-Groove 2)
5. Sucker MCs (Krush-Groove 1)
6. It's Like That
7. Wake Up
8. 30 Days
9. Jay's Game

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